Tenho me atentado muito sobre o
comportamento daqueles que fazem parte dos centros de Umbanda, sejam eles médiuns,
cambonos ou qualquer outro membro da
casa, e acabei percebendo que muitas vezes alguns de nossos irmãos deixam a real
dedicação ao seu irmão, caridade e amor ao próximo de lado.
Fazer parte
de um centro, nos torna uma família unida e sempre aberta a novos irmãos, porém
às vezes não é exatamente isso que ocorre.
Muitas vezes aquele que esta chegando ao
centro, iniciando seus aprendizados para sua caminhada na Umbanda, traz consigo
muitas dúvidas, talvez até medos, já que muitas vezes nunca teve contato com
entidades. Se sente inseguro, sem saber ainda como lidar com as sensações da
mediunidade, ou com as orientações que estão sendo recebidas e ainda se sente fora
do grupo que já está formado pelos membros. Cabe então, a todo o corpo da casa,
receber este irmão de fé com carinho, paciência e dedicação. Mas infelizmente,
muitos do que estão nas casas há mais tempo, e deveriam ser os exemplos maiores
de caridade e amor ao próximo, agem de maneira egoísta e até mesmo se invadem
de vaidade e orgulho e deixam de passar a diante seus conhecimentos e
experiências, com medo de perderem o “lugar já conquistado”, seja por ciúmes,
ou por não quererem dividir as atenções que lhes são dedicadas.
Não podemos esquecer que um dia também
fomos iniciantes, que já tivemos as mesmas dúvidas, que o que hoje consideramos
algo simples e corriqueiro já foi também novo para nós. E principalmente se
atentar que todos nós estamos em um aprendizado constante, não podemos nos
acomodar, ou pensar ser donos de todo conhecimento, pois este em sua totalidade
ainda está longe de nossa compreensão, estamos na mesma jornada em busca de
evolução espiritual e o aprendizado começa em nós mesmo. Todos nós somos
importantes dentro do terreiro, a união de todos é a força da corrente de
trabalho, cada um tem seu papel e sua responsabilidade para que essa harmonia
seja mantida.
Além de se intitular como umbandista é
preciso Ser um umbandista dentro e fora do centro, dentro de nós, em
nossa essência, em nossos pensamentos e atitudes, quando ninguém nos olha,
quando estamos sozinhos com nossa consciência. Quanto mais tempo temos dentro
de um terreiro mais responsabilidades adquirimos, mais devemos praticar a
humildade e cada vez mais nos tornamos responsáveis por amparar, ajudar,
ensinar e auxiliar os que ali estão.
Não há como ser umbandista pela metade
ou apenas quando nos convém. Nosso caráter nos define, nossas atitudes geram consequências,
e somos responsáveis por elas assim como por nossas falas e pensamentos.
Aos que trazem a Umbanda em seus
corações lembrem-se sempre de um dos ensinamentos mais valiosos de Cristo: “ ... Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros..."
Que Oxalá nos ilumine e abençoe, hoje e sempre!
Salve a Umbanda Sagrada!