A
Umbanda é muito criticada pelo fato de suas entidades usarem o fumo e as
bebidas nas sessões, os detratores aproveitando-se disto para taxarem as
entidades de atrasadas ou primitivas.
O
FUMO
O segredo e a utilização, desses
elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida
(magia) não é como muitos utilizam, para alimentar a vaidade, o vício e a
ignorância.
O fumo é a erva mais tradicional da
terapêutica psico-espiritual praticada em nossa religião.
Originário do mundo novo, os nativos fumavam o tabaco picado e enrolado em suas próprias folhas, ou na de outras plantas, conhecendo o processo de curar e fermentar o fumo, melhorando o gosto e o aroma.
Originário do mundo novo, os nativos fumavam o tabaco picado e enrolado em suas próprias folhas, ou na de outras plantas, conhecendo o processo de curar e fermentar o fumo, melhorando o gosto e o aroma.
O charuto e o cachimbo, ou ainda o
cigarro, utilizados pelas entidades filiadas ao trabalho de Oxalá são tão
somente defumadores individuais. Lançando a fumaça sobre a aura, os plexos ou
feridas, vão os espíritos utilizando sua magia em benefício daqueles que os
procuram com fé.
Nos trabalhos umbandistas a cigarrilha
de odor especial é muito utilizada pelas Pombogiras e Caboclas.
Os charutos de fumo forte são
peculiares à magia dos Exus, enquanto os charutos de fumo de melhor qualidade
são usados por Caboclos.
Já os Pretos-Velhos dão preferência aos
cachimbos, nos quais usam diversos tipos de mistura de ervas, como o alecrim, a
alfazema e outros, além de utilizarem cigarros de palha, impregnando assim os
elementos com a sua própria força espiritual, transformando o tradicional
“pito” em um eficiente desagregador de energias negativas. Desta maneira, como
o defumador, o charuto ou o cachimbo são instrumentos fundamentais na ação
mágica dos trabalhos umbandistas executados pelas entidades. A queima do tabaco
não traz nenhum vício tabagista, como dizem alguns, representando apenas um
meio de descarrego, um bálsamo vitalizador e ativador dos chakras dos
consulentes.
Vemos assim que, como ensinou um Pai
Velho, “na fumaça está o segredo dos trabalhos da Umbanda”.
Geralmente os Guias não tragam a
fumaça, utilizando-a apenas para “defumar” o ambiente e as pessoas através das
baforadas, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou
para o ar.
A função principal é a de defumar
aqueles que chegam até a entidade. Algumas entidades deixam de lado o fumo se a
casa for defumada e mantiver sempre aceso algum defumador durante os trabalhos.
BEBIDAS
O álcool, tem emprego sério na Umbanda.
Quando tomado aos goles, em pequenas quantidades, proporciona uma excitação
cerebral ao médium, liberando-lhe grande quantidade de substâncias ativadoras
cerebrais, acumulada como reserva nos plexos nervosos (entrelaçamento de muitas
ramificações de nervos), a qual é aproveitada pelos guias, para poderem
trabalhar no plano material.
Deste modo, quando o médium ingere
pequena quantidade da bebida, suas idéias e pensamentos, brotam com mais e
maior intensidade. É também uma forma em que a entidade se aproveita este
momento para ter maior “liberdade de ação”.
Os exus são os que mais fazem uso da bebida.
Isto se ao fato de, estas linhas utilizarem muito de energias etéricas,
extraidas de matéria (alimentos, álcool, etc.), para manipulação de suas
magias, para servirem como “combustível” ou “alimento”, encontrando então, uma
grande fonte desta energia na bebida.
A bebida também é usada para
limpar/descarregar pontos de pemba ou pólvora usados em descarregos.
O álcool por sua volatibilidade tem
ligação com o ar e pode ser usado para retirar energias negativas do médium.
Já o alcool consumido pelo médium
também é dissipado no trabalho, ficando em quantidade reduzida no organismo.
O perigo nestes casos é o animismo, ou
seja, o Médium consumir a bebida em grandes quantidades por conta própria e não
na quantidade que o Guia acha apropriada. Nestes casos, pode ser que o Guia vá
embora e deixe o médium sob os efeitos da bebida que consumiu sem necessidade.
MENORES
DE IDADE
Se o médium for menor de idade, não se
deve permitir que o guia use o fumo e a bebida quando incorporado. Trata-se de
respeitar as leis vigentes e evitar que o nome da Umbanda seja associado a
possíveis processos judiciais.
O mais indicado seria inclusive ter uma
autorização dos responsáveis pelo menor para que ele possa participar dos
trabalhos, especificando inclusive (se possível) os horários de início e
término das mesmas.
O
FUMO E A BEBIDA SÃO INDISPENSÁVEIS?
Podemos sim não utilizar fumo e
bebidas. Estes elementos são ferramentas dos Guias para os trabalhos, que podem
não ser utilizadas. Haverá uma diminuição da eficiência e rapidez do trabalho,
mas ele será realizado também, mais devagar e de forma mais trabalhosa. Será
como utilizar apenas as mãos para um determinado trabalho, possível, mas mais
trabalhoso. É uma opção do médium, caso o médium não possa ou não queira fumar
e beber, o Guia irá respeitar sua decisão.
Pode neste caso solicitar apenas que
sejam feitas oferendas com estes elementos, ou que um copo com sua bebida seja
deixado próximo a ele quando esiver trabalhando incorporado.
Retirado da Apostila
de Umbanda do grupo Povo de Aruanda