Como sabemos, e para os que não sabiam eis o momento de
saber, todos nós já nascemos médiuns, sendo a mediunidade o meio que nos
liga à espiritualidade e vice e versa, podendo esta se apresentar de diferentes
maneiras e intensidades.
Porém quero
direcionar este texto para o “Desenvolvimento Mediúnico”. Nos terreiros de
Umbanda é visível o aumento da procura pelo desenvolvimento da mediunidade de incorporação,
mas será que nossos irmãos, principalmente os que estão se iniciando agora na
Umbanda estão agindo de maneira correta?
Quando penso
em um significado prático para o desenvolvimento mediúnico, chego ao
entendimento de que é o ato de fazer crescer, progredir, aprimorar este canal,
no qual somos o meio, que nos permite a comunicação com os Espíritos.
Todavia,
precisamos ter sempre em mente que mediunidade não é algo criado, ou colocado
em alguém, sendo assim no desenvolvimento não são criados médiuns, já que a mediunidade
faz parte de nós como algo natural, o que ocorre é o aperfeiçoamento, de algo
que já existe, aprendemos a utilizar adequadamente a mediunidade.
Antes de
tomar qualquer decisão ligada a desenvolvimento nossos irmãos de fé, e
principalmente os que estão em seus primeiros contatos com a Umbanda e a
espiritualidade, precisam conhecer melhor, tanto o terreiro escolhido quanto a
própria Umbanda.
Uma boa
maneira de fazer isso é começar a frequentar as giras, ir conhecendo as
entidades e a maneira que a casa trabalha, se familiarizando às vibrações e aos
ensinamentos transmitidos pelos guias, e, além disso, continuar a busca pelo
conhecimento sobre a Umbanda fora do terreiro, através do estudo.
Decidir iniciar o Desenvolvimento Mediúnico
e entrar para a corrente de um terreiro é uma decisão que deve ser tomada com
responsabilidade, pois está se dando inicio a um comprometimento do médium para
com a espiritualidade.
Muitas vezes
durantes os passes ou atendimentos as entidades avisam o consulente sobre a necessidade
que o mesmo tem de começar a buscar o desenvolvimento de sua mediunidade, de
primeiro impacto alguns se assustam com a novidade, até então desconhecida;
outros já vinham trazendo sensações e até mesmo já tinham conhecimento sobre
essa precisão; e ainda outros ficam eufóricos e ansiosos, sentindo-se até mesmo
mais especiais, bate aquela pontinha de vaidade, e o interesse instantâneo pelo
“dom sobrenatural” se inicia e então no impulso decidem pelo desenvolvimento.
Em uma decisão
precipitada, as pessoas não levam em consideração qual é o real papel de um médium,
quais as obrigações necessárias, não se atentam que quando um compromisso é
firmado com um terreiro deve-se respeitar as normas da casa, ser assíduo e
pontual com os horários das giras, não levam em conta que a Umbanda possui Fundamentos
e que em sua ritualística existem momentos em que o médium deverá cumprir
preceitos, como por exemplo: não comer carne, não consumir álcool, não ter relações
sexuais; que muitas vezes terão que abrir mão de festas ou encontros familiares
para estarem presentes na giras, entre outros pontos que vão sendo descobertos
só depois que já estão no terreiro. Cada terreiro de Umbanda tem sua própria
maneira de trabalhar com o desenvolvimento mediúnico, mas essas observações que
são válidas em todos eles.
Dando-se então
o inicio ao Desenvolvimento, vale ressaltar que não é apenas a mediunidade que esta sendo aprimorada, e sim
todo o médium, seu lado moral e intelectual. Tudo isso caminha junto não é possível
se aprimorar de um lado estando manco de outro.
Uma maneira
de ordenar todo este processo: iniciando pelo “Desenvolvimento Intelectual”, adquirir
conhecimento é fundamental para a trajetória na evolução espiritual, é através
dele que expandimos nossa consciência, buscar a fundo sobre a real função da
mediunidade e sobre a Umbanda é um grande começo.
Partindo
agora para o “Desenvolvimento Moral”. Sim sua moral é cobrada, e não pelo seu
dirigente ou pelas entidades, mas sim pelas consequências de seus atos. Como
podemos buscar evolução espiritual estando ainda presos aos erros de conduta
moral? É até mesmo uma hipocrisia ir até um terreiro prestar a “caridade”, mas
fora dele estar no caminho inverso. Quando digo moral estou sim me referindo a
noção de certo e errado, ao uso de bom senso nos atos e nos pensamentos, aos
preconceitos e sentimentos que alimentamos em nós e em toda e qualquer atitude
que tomamos.
Somos
cristãos e como tal, devemos seguir os exemplos de Nosso Mestre Jesus Cristo, e
a moralidade é um deles, o que mais uma vez reforça a total ligação de
Desenvolvimento Moral com Evolução Espiritual.
E então chegamos
no ponto em que o médium está se moldando para o seu Desenvolvimento Mediúnico,
pois quando há a consciência de que tudo isso precisa caminhar junto, gradativamente
o médium vai se aprimorando em todos os aspectos, e com o passar do tempo vai fortalecendo e
amadurecendo a mediunidade e assim a ligação com as entidades espirituais. Ai
sim é o momento de se atentar com a vibrações e novas sensações que estarão
sendo descobertas com a mediunidade.
Pois então,
Desenvolver a Mediunidade vai muito além de ir no terreiro vestir branco
e esperar as vibrações acontecerem, é um
processo, um preparo, um aprendizado, é
a busca pela Evolução Espiritual. Não se deve ter pressa, muito menos pular
etapas, todos nós temos o momento certo para a compreensão e expansão de nossas
consciências,
Que os
Desenvolvimentos durem o tempo necessário e que deles recebamos médiuns capazes,
com seriedade e seguros para seguir na missão de Caridade e Amor ao Próximo
assim como Jesus Cristo nos ensina.
Saravá Nossa Umbanda Sagrada!!
Saravá Nosso Mestre Jesus Cristo!!