Existe uma enorme confusão que as pessoas fazem em relação a o que pode ou não
ser considerado um terreiro de Umbanda.
A
premissa básica é a caridade que se pratica no local, é o que determina que
seja Umbanda.
Alguns
começam a confundir fundamentos com elementos de rito (ou culto).
Em
primeiro lugar vamos ver diferenciação do que seja “fundamento” de “elemento de
rito”.
Fundamento:
é tudo que existe velado, ou não, no terreiro que “fundamenta” e direciona o
trabalho.
Estabelece
as linhas de forças trabalhadas e cultuadas, assim como a missão da Casa. Ou
seja, interfere e determina o resultado final dos trabalhos realizados. É
estabelecido pelo Alto.
Exemplo:
firmezas ou pontos de força estabelecidos no Gongá.
Elemento
de Rito: é tudo que existe, velado ou não, que presente ou não, não interfere
no resultado final dos trabalhos e nem na missão da Casa.
É
estabelecido pelo Dirigente.
Clarificado
isso, entro agora no ponto que gostaria de falar.
O
que determina realmente se um terreiro é de Umbanda?
Acredito
que já esteja mais do que claro que Umbanda e Candomblé são religiões distintas
que guardam muito mais diferenças do que semelhanças.
Já
o Omolocô, ou Umbanda traçada, ou umbandomblé, são formas diferenciada de
religião, e que costuma confundir os médiuns iniciantes.
Citarei
alguns exemplos, sempre me referindo a umbanda por ser essa a minha religião,
das demais nada entendo e nem me vejo na obrigação de entender, já que sou de
umbanda.
Na
umbanda o atabaque é elemento de rito, ou seja, a presença ou não do atabaque
NÃO interfere no RESULTADO final do trabalho. A gira pode ficar, e fica mesmo,
mais alegre, mais “vibrante”, mas o resultado final é o mesmo.
As
entidades incorporam e fazem seu trabalho da mesma maneira.
As
roupas são elemento de rito, o fato de serem brancas é que é fundamento, ou
seja, se as mulheres trabalham com “baianas” rodadas ou sem roda, ou de jalecos
não interfere no resultado final do trabalho.
As
roupas coloridas podem ser usadas em giras festivas.
Vai
da preferência do sacerdote.
A
Umbanda não faz sacrifício de animais e nem “devolve trabalhos” ou faz
“trabalhos de amarração”.
Isso
é mais do que fundamento, é respeito ao livre arbítrio!
É
tão fácil e simples saber ou detectar se um terreiro é de umbanda ou não…
Há
caridade?
Não
há cobrança por trabalhos, consultas ou passes?
Não
há sacrifício de animais?
Então
é umbanda. Fácil, não?
No
mais, vamos tomando nossos banhos, fazendo nossas orações, pegando nossas
guias, as toalhas, vestindo nossa roupa branca e vamos trabalhar porque a
umbanda precisa é de médiuns mais preocupados em servir do que serem
servidos.
Não
acredita em mim?
Então
pergunta para qualquer preto velho ou caboclo, porque são eles que fazem um
terreiro de umbanda.
Sarava
a Umbanda!
Por
André Luiz Rocha