Após um bom
tempo sem publicar no blog, retorno abordando um tema tão delicado, mas muito
mais que isso, um tema necessário: O Suicídio.
Fiquei um bom
tempo refletindo sobre o que compreendo disso, então pensei em fazer uma
abordagem do Suicídio Sob Ótica da Umbanda, e então constatei que é um assunto pouco
discutido e muito menos ainda compreendido, buscando fontes para uma pesquisa
fui observando que o entendimento Umbandista e Espírita sobre suicídio estão extremamente
alinhados. Confesso que fiquei descontente, pois o que mais se vê são explicações
um tanto quanto agressivas sobre isso.
Então
resolvi abordar o Suicídio sob minha própria ótica, de um ser encarnado, falho,
porém em evolução assim como todos nesse mundo. E começo por aqui mesmo “Ser em
Evolução”, não importa o quanto erremos, estamos sempre evoluindo, nos erros e
acertos há sempre um aprendizado, dessa forma o caminho pra evolução pode ficar
mais lento, mas ele sempre nos leva a diante. Sendo assim ninguém “involui”,
dessa maneira não podemos negar que o suicídio se torna também um caminho de
aprendizado, caminho este penoso sim, cheio de sofrimento e marcas que serão
levadas por muito tempo neste espírito, caminho que como todos os que
escolhemos traz suas consequências.
Não
quero aqui justificar o ato do suicídio, como já sabemos a vida é Presente
Divino, uma chance a mais que Deus nos dá, o que eu quero é fazer com que olhemos
com mais compaixão para os irmãos que sucumbiram a esta dor. Via de regra quase
todos os suicídio da atualidade estão ligados não à covardia, não a desistência,
não a fraqueza e sim a FUGA, se torna a única medida rápida para eliminar o
Sofrimento extremo moral ou material, sofrimentos esses que estão sempre
ligados diretamente ao egoísmo e ao orgulho, seja ele da perda, da culpa, da
rejeição etc.
Onde
leio sobre isso vejo listas das consequências que estão aguardando esses irmãos
“O Espírito de um
suicida voltará a novo corpo terreno em condições muito penosas de sofrimento,
agravadas pelas resultantes do grande desequilíbrio que o desesperado gesto
provocou no seu corpo astral, isto é, no perispírito.” - inúmeras descrições
de vales de sofrimento, frases como “O
suicida é um Espírito criminoso, falido nos compromissos que tinha para com as
leis sábias, justas e imutáveis estabelecidas pelo criador...” e então me
pergunto: Onde esta a compaixão? O que faria Cristo perante um suicida? O que
nós estamos fazendo?
A
Compaixão esta abafada por julgamentos, muitas vezes parece que é mais necessário
“criminalizar” o suicida perante a espiritualidade do que se compadecer à sua
dor, mesmo que seja um momento de autoavaliação na busca de seu próprio perdão
para então se libertar e seguir sua trajetória evolutiva , este espírito é um
ser aprendendo com seus erros, que por inúmeros motivos (afinal não sabemos o
que cada um traz em seus karmas e em seus corações) escolheu se refugiar e
calar suas dores por um caminho tortuoso demais.
Não me resta nem
uma sombra de dúvida de que o Amor de Cristo está com todos esses irmãos em
estado de sofrimento, por mais que eles não o notem devido suas próprias perturbações.
Cristo é o maior exemplo de amor “... vem salvar as almas sem culpar nenhuma.” O
Divino não nos castiga nem nos pune, aprendemos com as consequências de nossas
atos “ação e reação”.
“E Jesus, tendo
ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que
estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao
arrependimento”. Marcos 2.17
Enfim,
estamos prontos para dizer tudo o que um suicida irá passar após seu
desencarne, estamos prontos para apontar sua fraqueza, diminuir sua dor quando
fazemos questão de frisar o quão repugnante é jogar fora a vida... Estamos
prontos para julgar.
“O único julgamento que nos cabe é o AutoJulgamento”.
Passamos também a estar prontos para ajudar seja com orações, direcionamentos
de energia fluídica, um abraço, uma conversa, um bom par de ouvidos,
pensamentos benéficos ou de qualquer outra maneira um irmão que possa estar
sofrendo, seja emocional ou espiritualmente. Não precisamos convencer ninguém a
não cometer o suicídio, até mesmo porque essa decisão também faz parte do livre-arbítrio,
e sim entender que os que escolhem por esse caminho não são fracos ou
inferiores, e sim irmãos em sofrimento que não encontraram o acalanto para suas
dores.
Que ao tivermos noticias de um suicídio, ao invés de enumerar “n” consequências
e sofrimentos que estarão por vir, possamos sentir a verdadeira Compaixão e
Amor ao próximo e orar por este irmão emitindo apenas pensamentos que somem á
sua evolução e a libertação de sua dor.
Eu
posso ser contra o suicídio, mais nunca serei contra o suicida.
‘‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.”’ —