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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Magia do som e do movimento


     A música foi feita para as pessoas se amarem. O som mexe nossos sentimentos. E também fazia parte da cultura dos índios. É um mântra. Mas não é só isso. O som repercute no éter. Ele vibra. A fala mansa domina e a fala grosseira irrita. Ele tem um equilíbrio, regulando nossas emoções. Quando ouvimos uma música forte, sentimos força interior. Ficamos mansos e dóceis ao som de uma música suave. Quem não se lembra da suavidade da canção de ninar docemente cantadas por nossas mães? E quem não se lembra dos sustos e medos passados na infância por gritos histéricos de alguém? Imaginem estarmos sentados à beira de um rio, olhos fechados, ouvindo o gostoso barulho da água formando pequenas marolas, ainda premiado com o canto de um sabiá e outros pássaros e uma pequena brisa nos refrescando. É um sentimento ligado ao som e ao movimento. Agora estamos voltando para casa. Os carros em sentido contrário fazendo o ruído na janela, a buzina dos apressados motoristas tentando a ultrapassagem, com o som ligado em volume máximo, tocando um pagode imoral desses conjuntos comerciais ou as barulhentas guitarras dessas bandas histéricas. Nossas emoções, com certeza, serão diferentes.
     O movimento tem o mesmo efeito do som. Reparem que um andar seguro, calmo e firme transmite uma personalidade segura. Um andar desordenado e atabalhoado agita as energias em sua volta. Vejam um exército marchando. O garbo dos soldados emociona a todos. Falei do andar. E a dança! Quantos efeitos ela causa. Quando se fala em espiritualidade nosso parâmetro é Jesus Cristo. Jesus era um homem sereno, de andar firme, gestos harmoniosos e voz suave, pausada e clara, o que em absoluto me faz pensar fosse um homem triste. Ao contrário, imagino tenha sido um homem levando sempre um sorriso a todos, mas nunca deve ter dado uma gargalhada. Nas suas caminhadas não devia cansar, pois seus passos deveriam ser firmes e uniformes, sem jamais correr. Se alguém me perguntasse qual o movimento mais equilibrado que pudesse conceber, responderia, sem hesitação: o levantar do braço de Jesus Cristo acompanhado de sua firme voz.
      Assim devem ser os Pontos Cantados e as danças na Umbanda. Se os pontos não forem cantados dentro da sua harmonia, com a mentalização sagrada e religiosa de quem vibra mentalmente nas irradiações dos Orixás e Guias, se tornam um amontoado de sons, sem repercussão magística. É necessário que os pontos sejam mântras, cantados com respeito, amor e vibração. Não se trata de formar um coral ou de se fazer uma apresentação vocal. Trata-se de concentração, respeito e amor naquilo que se está fazendo: invocando, louvando e irradiando caritativamente as vibrações sagradas ou Guias de Trabalho da Umbanda.
     O mesmo podemos dizer da dança, que deve ser invocatória, harmonizada pelos gestos às vibrações invocadas. Isto acontece na maioria dos ritos religiosos, principalmente no Oriente. Canto e dança no louvor e invocação do sagrado.

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